Há
decisões que mudam o rumo da vida de gente por todo e sempre.
Ou seja, é bom pensar bastante antes de decidir que rumo que
a gente quer seguir. Pelo artigo que se segue, você pode ter
um exemplo da relação custo x benefício de situações desse tipo,
em que a decisão tomada vai mudar o rumo de sua vida. Pense
bem!
NÃO DEIXE O AMIGO DO HOMEM VIRAR INIMIGO DO BOLSO
Sinto
muito, que me desculpem os donos de gatos, mas eu sou de outra
praia: eu sou amigo dos cachorros, e cachorro que se preza,
tanto quanto o dono, não admite a presença de gatos por perto.
Definida
essa condição, podemos falar pra cachorro e de cachorros e do
quanto custa conviver com essa família do melhor amigo do homem.
Para
começar, a gente tem que saber o que quer do cachorro e o que
que o cachorro quer: pode ser para tomar conta de casa, dando
retorno ao investimento e às despesas, ou pode ser até um cachorrinho
de madame, um brinquedinho para as crianças e, talvez, uma desgraça
para os vizinhos se o canil for em apartamento.
Comprado,
doado, gerado ou cruzado por encomenda (atenção, esse cruzado
não tem nada a ver com qualquer plano econômico...) que resulte
num ótimo exemplar com pedigree, o barato vem depois, ou melhor,
o caro vem depois.
A
convivência com aqueles grandes companheiros – mais de um, pois,
para manter um bom equilíbrio é necessário adotar um casal,
evitando, assim, futuras despesas com psicológos caninos – gera
despesas desde berço canino (se tiver jogado fora o jornal de
ontem vai ter comprar em dobro hoje). A primeira visita do veterinário,
somadas as vacinas tríplices (igual a gente) já começa custando
mais que uma consulta médica de gente a preços pós-real.
Daí
em diante, dá-lhe gastar com rações especiais para filhotes,
biscoitos com fibras, ossos de couro macio (para fortalecer
dentes ou poupar as quinas do sofá e as sandálias da casa),
coleiras, xampus, condicionadores e sabonetes antipulgas (cada
um mais caro que os respectivos produtos para gente). Ou seja,
gasta-se uma fortuna com os melhores amigos do homem, mas apesar
de se saber disso, não se pode permitir que eles se tornem inimigos
do orçamento doméstico: deve-se controlar os impulsos consumistas
e racionalizar os gastos dentro de parâmetros compatíveis com
a renda familiar canina...
Como
é sabido que a gente, por não ser do governo, não pode gastar
mais do que ganha, sob pena de falência da pessoa física e da
pessoa canina, temos, por contingência que definir o orçamento
animal, prevendo aqueles itens comuns ao orçamento da gente.
Comendo só ração, e de vez em quando um osso para quebrar a
rotina (de preferencia o tal do sorriso, que dá alegria para
o cão e para o dono se ele conseguir cantar o açougueiro e levar
de graça...), o seu cão evitará banhos desnecessários, economizando
xampus e mantendo-se cheiroso e com um bonito pêlo: basta pentear
diariamente.
Todo
cuidado é pouco para evitar exageros como o de uma amigo meu,
preocupado com a repentina inapetência do seu pastor alemão,
aliás, filhos dos meus pastores (nada a ver com os evangélicos,
por favor!), que pagou R$ 110,00 por 20 quilos de uma ração
especial, importada, quando a melhor nacional está na faixa
de R$ 23,00 por 20 quilos, sabendo pechinchar...
Quanto
às consequências do equilíbrio psicológico e dos ciclos do cio
num ajustado casal de cães, podemos temer outro baque no orçamento
quando chega a filharada, sem falar no trabalho de administrar
um número maior de bocas sedentas para um número menor de tetas
férteis (se fossem as tetas das aposentadorias dos marajás da
Previdência, tinha leite em todas...).
Após
os 45 dias, há que ser rápido para vender a fim de evitar maiores
despesas não reembolsáveis pelos futuros donos. É importante
evitar a simples doação, porque quem não paga nada pelo filhote,
na hora de cuidar não vai dar o devido valor e não vai cuidar
a contento.
No
mais, são tantas as histórias de bons momentos vividos com esse
fiéis amigos, que nos esperam invariavelmente à chegada na porta,
que, às vezes, até esquecemos os prejuízos, como o que teve
um outro amigo meu. Quando sua mulher, não aguentando mais a
cachorrada em casa (cachorrada aqui não é trocadilho, é a listagem
numérica de três cachorros grandes e bagunceiros), doou e despachou
dois deles para o sítio de um desconhecido.
Morrendo
de saudades, meu amigo perdeu a razão econômica e, após descobrir
o paradeiro deles, em São Vicente (SP), pagou cerca de US$ 1.000,00
para ter de volta os cães doados., mais US$ 200,00, pelo transporte,
além de agüentar a cara amarrada da mulher por um bom tempo...
Saiu
caro pra cachorro!
Atualizado
a partir de artigo publicado no Jornal do Brasil -RJ
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